Trabalhar nunca foi fácil, toda a gente tem conhecimento disso. Mas existem muitas maneiras de amenizar o ambiente e tornar as coisas bem mais confortáveis. Simplesmente existem pessoas que se esforçam demasiado para que tudo se desenrole exactamente na direcção oposta!
Hoje foi um daqueles dias em que tudo indicava para que, no final de uma longa jornada de trabalho, algo extremamente extraordinário fosse acontecer para que a pouca boa disposição que restasse fosse automaticamente substituída por uma grande vontade de espancar alguém!
Foi mesmo isso que senti... é impressionante como certas pessoas têm esta tendência para criar conflitos!
Trabalho numa Nursing Home como uma equipa de enfermeiros e auxiliares razoáveis. Digo razoáveis, porque no conjunto assim o são; individualmente, existem pessoas espectaculares que sabem quais são as tarefas a desempenhar e que o trabalho atribuído para aquele turno tem que ser executado naquele mesmo dia. Contudo, existe sempre o reverso da medalha, ou seja, existem também pessoas que passam maior parte do tempo e reclamar da quantidade ridícula de trabalho que têm que fazer, mas que no final do dia não o fazem e deixam sempre para o próximo. São este tipo de pessoas que nos motivam, de forma extremamente positiva, para ir trabalhar. No que toca à equipa de Enfermagem, todos são muito sorridentes e simpáticos no início, mas com o passar do tempo começa-se a descobrir a verdadeira personalidade de cada um e o que é certo é que lá dentro cada um olha pelos seus próprios interesses. E quem tenta ajudar todo o mundo e fazer todo o trabalho direitinho é quem se fode mais depressa. Isto para falar num português que toda a gente entende. Somos jovens, queremos mostrar que somos capazes e responsáveis e para isso ajudamos todo o mundo e mais alguns...
Foi o caso de hoje: a equipa de auxiliares até era muito boa, mas a enfermeira com quem estava a trabalhar adora, mas adora mesmo, arranjar problemas para todo o mundo, incluindo eu. Quando digo adora é mesmo do tipo "É o seu hobbie preferido". Parece que o seu último alvo escolhido foi a "coitada" da enfermeirinha portuguesa...
Tudo bem que são nova e a tipa já tem 64 anos, mas se ela não anda com vontade de trabalhar já está mais do que na idade de se reformar. Mas, segunda a mesma, adora experienciar novas situações, de se aventurar e aprender, mesmo com aquela idade. Para mim, o que realmente ela adora fazer é conseguir arranjar mais problemas com outro tipo de pessoas. No entanto, ela parece estar protegida por um poder divino qualquer. Sou católica, respeito muito estas questões e todas as religiões do mundo, mas santa paciência, será mesmo Deus que anda ao lado desta mulher a meter minhocas na cabeça?
Tudo bem que ela não gosta de certas auxiliares, tudo bem que ela passa-se dos carretos quando tem uma nova tarefa para desempenhar, tudo bem que ela é desorganizada! Mas ninguém gosta de alguém que não sabe fazer o trabalho em condições, que se esqueça da maioria das coisas e que distorce sempre os factos quando alguém lhe chama a atenção e que, acima de tudo, se acha perfeita pela experiência de vida que tem e que procura, incansavelmente, os defeitos dos outros para poder reportar aos superiores. Quando se descobre a verdadeira personalidade de cada um, é natural que todos recorram aquela que parece ser mais confiável, incluindo a patroa. Eu não sou perfeita, nunca serei, mas esforço-me, diariamente, para que todo o trabalho seja bem feito e não olho ao que os outros fazem. Cada um tem que ser responsável de si mesmo e dos seus actos. Mas também não tenho culpa que me procurem em primeiro lugar para solucionar algo, só porque têm mais confiança em mim.
Agora se a tipa tem problemas com toda a equipa, que fale directamente com a patroa e se demita do cargo. Agora descarregar tudo em cima de mim ao final de uma dia em que ela só sabia passear e eu que fizesse o resto, não!...
Tudo bem que a avozinha já trabalhou muito quando era nova, mas se aceitou aquele trabalho é para se fazer à vida, nem que seja a 20 km/h....
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